NASA consegue reativar os propulsores da Voyager 1

Uma façanha histórica no espaço interestelar.

Em uma conquista que parece saída da ficção científica, a NASA conseguiu reativar os propulsores principais da sonda Voyager 1, desligados há mais de duas décadas. O feito foi anunciado pelo Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), destacando o sucesso de uma operação realizada a uma distância de quase 25 bilhões de quilômetros da Terra — algo jamais feito antes em nossa história de exploração espacial.

A missão Voyager: mais de 45 anos de jornada

Lançada em 5 de setembro de 1977, a Voyager 1 tinha como missão inicial estudar os gigantes gasosos Júpiter e Saturno. Ela cumpriu esse objetivo com excelência e, ao invés de ser desligada, seguiu em direção ao espaço profundo. Hoje, ela e sua irmã gêmea, Voyager 2, são os objetos mais distantes já construídos pela humanidade.

Durante sua longa jornada, a sonda nos presenteou com dados científicos inestimáveis e imagens históricas — como a famosa foto do “Pálido Ponto Azul”, que mostra a Terra vista de bilhões de quilômetros de distância.

O problema dos propulsores e a solução engenhosa.

Em 2004, os propulsores principais deixaram de funcionar devido a falhas nos aquecedores internos. Desde então, a Voyager 1 vinha utilizando propulsores alternativos. No entanto, após quase duas décadas de uso, esses também começaram a apresentar sinais de desgaste. Com o risco iminente de perda de orientação da antena da sonda — que precisa estar sempre apontada para a Terra — os engenheiros decidiram tentar o impensável: religar os propulsores principais.

A missão era arriscada. Como a Voyager 1 está além da heliosfera, o ambiente é extremamente frio. Acionar os propulsores sem aquecê-los poderia causar acúmulo de gases congelados e, possivelmente, danificar a estrutura. A equipe então reprogramou o rastreador de estrelas da sonda para garantir que os comandos fossem executados com segurança.

O milagre da reativação!

Os comandos levaram mais de 23 horas para chegar até a Voyager 1. Quando a resposta foi recebida, os engenheiros souberam: os propulsores haviam voltado a funcionar. “Foi mais um milagre da Voyager”, disse Todd Barber, gerente de propulsão da missão.

Esse feito monumental chega em um momento crucial: a única antena terrestre capaz de se comunicar com a sonda, a Deep Space Station 43, na Austrália, passará por uma longa manutenção. A pausa nas comunicações durará até fevereiro de 2026, e era vital garantir que a sonda estivesse operacional antes disso.

A resistência da Voyager e o espírito humano.

A Voyager 1 continua operando com um orçamento de energia extremamente limitado. Os engenheiros estão constantemente desligando subsistemas não essenciais para manter as funções críticas ativas. Mesmo assim, a longevidade e a resiliência da missão impressionam.

A reativação dos propulsores mostra não apenas a qualidade da engenharia da NASA, mas também o espírito incansável de explorar o desconhecido. A Voyager 1 segue sua jornada em direção ao espaço interestelar, carregando consigo a famosa cápsula do tempo com sons, imagens e mensagens da Terra — um testemunho da curiosidade e imaginação humanas.


Curiosidade Cósmica

Você sabia que os sinais de rádio enviados da Voyager 1 viajam por quase um dia inteiro até chegarem à Terra? Mesmo assim, conseguimos enviar comandos e receber respostas dessa pequena mensageira das estrelas!


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